Todo o meu trabalho de estruturação de negócios que são feitos por mulheres tem um objetivo final: fazer com que cada vez mais mulheres sejam independentes financeiramente, e com isso autônomas e livres em suas escolhas pessoais e profissionais. O dinheiro é, acima de tudo, a principal ferramenta que possibilita o ser humano a ter liberdade de escolha.
Essa liberdade de escolha vai desde onde queremos (e se podemos) morar, com o que desejamos trabalhar, onde nossos filhos vão estudar, o que vamos fazer no dia a dia, se vai ter pizza no final de semana ou não. Tudo é uma escolha e quase nada se faz sem dinheiro, então com isso em mente concluímos que todos nós, independente do gênero, cuidamos com muita atenção de nossos recursos, certo?
Nem sempre.
Nas classes sociais menos abastadas, os dados mostram que aumentou a proporção de mulheres que são chefes de domicílio de 47% em 2019 para 49% em 2021, acompanhada da diminuição da participação de mulheres negras à frente dos negócios – de 50,3% em 2019 para 48,5% em 2021. (Fonte: Agência Câmara de Notícias/ Sebrae)
Porém, nas classes A/B ainda impera o modelo de relacionamento patriarcal, no qual o homem é o único provedor da família, e a mulher a única responsável pelos cuidados com os filhos e, agora, com os pais (já ouviram falar da geração sanduíche, né? Falaremos disso em breve). Com isso, ela entrega aos cuidados do marido toda a responsabilidade sobre sua subsistência, o que seria lindo se os casamentos fossem felizes e eternos.
Como a banda não toca assim, na prática estas mulheres se vêem totalmente descobertas no momento do divórcio, e na grande maioria das vezes não fazem ideia do patrimônio que possuem ou ao qual têm direito. E mesmo quando estes direitos são garantidos por lei, ela precisa brigar por anos para recebê-los. Com certeza, no seu ciclo de amigos ou na sua família, você conhece alguém que passou ou está passando por isso. Eu conheço, e também tive minha fatia de problema e decepção ao me divorciar, mesmo trabalhando.
Isso posto, temos aí dois caminhos urgentes para trilhar: criar ou recuperar a capacidade de geração de renda das mulheres com mais de 40 anos, que têm muito mais dificuldade de encontrar um trabalho CLT do que de empreender; e educar nossas meninas desde muito cedo – da mesma forma que a gente cuida da nossa saúde física, da nossa segurança, da nossa educação acadêmica, cuidar do nosso dinheiro está no mesmo patamar de importância. A educação financeira precisa sim fazer parte da rotina familiar, escolar e social.
Mas como fazer isso se nós mesmos não fomos educados para tanto? Hoje existem no mercado profissionais e empresas que prestam justamente esse tipo de serviço de educação financeira. São coaches, planejadores, estrategistas e assessores que trabalham dentro da sua realidade financeira e de acordo com seus objetivos. Ao longo do trabalho é possível não só reorganizar de forma prática essa questão econômica (planilhas, orçamento, investimento), mas também obter conhecimento que pode ser transmitido em casa, envolvendo todos da família nessa reorganização e protegendo mulheres de qualquer idade de perrengues financeiros desnecessários.
Para abrir essa conversa, sugiro três leituras feitas por e para mulheres que podem abrir sua cabeça e despertar seu interesse a respeito do tema.
“Ganhar Mais, Gastar Menos e Investir: o livro do dinheiro para mulheres”, de Denise Damiani.
“A Psicologia Financeira: lições atemporais sobre fortuna, ganância e felicidade”, de Morgan Housel.
“A riqueza da vida simples: Como escolhas mais inteligentes podem antecipar a conquista dos seus sonhos”, de Gustavo Cerbasi.
Espero que esta reflexão tenha despertado em você a vontade de olhar mais para sua vida financeira e fazer melhores escolhas hoje e sempre.
Boa leitura e ótima sorte!
Desenvolvido por Fernanda Damy