O que a pandemia trouxe de positivo para o cenário do empreendedorismo no Brasil: Soluções, inovação, jogo de cintura e a garra do brasileiro em tempos tão difíceis

O que a pandemia trouxe de positivo para o cenário do empreendedorismo no Brasil: Soluções, inovação, jogo de cintura e a garra do brasileiro em tempos tão difíceis

fevereiro 5, 2021

Por Fernanda Damy Haybittle, do Studio FDH

Depois de quase um ano convivendo com o pesadelo da Covid- 19 e o antes impensável isolamento social, já estamos acostumados. O ser humano é adaptável, e essa é uma das nossas maiores qualidades, e talvez sejamos colocados à prova de tempos em tempos pela vida.

Mais importante do que acontece conosco é o que fazemos daquilo que acontece conosco, e é justamente esse o tema do nosso talk e desse texto feito com esperança e certa perplexidade.

Eu poderia dizer que o Coronavirus nos pegou de calças curtas, mas a verdade é que ele nos pegou completamente nus, saindo de mais uma crise econômica com um impressionante total de 13 milhões de desempregados num país polarizado e sem foco no que importa.

Nos vimos paralisados e finalmente tivemos que parar e olhar pro que há de mais valioso: nossas vidas. Estamos de castigo, no cantinho da sala pensando no que fizemos de errado até aqui e como podemos melhorar, e isso tudo sem pegar o vírus nem contaminar ninguém. Fácil.

Vivemos com a cabeça pra fora d ‘água num mar que já não dá pé pra nós, e nos mantemos ali, sobrevivendo e inovando a cada onda mais forte que aparece. De mar a gente entende.

No cenário do empreendedorismo não é diferente: poucos foram os sortudos que nada precisaram modificar em seus negócios.
A grande maioria precisou inovar, rever processos, demitir funcionários, fazer muito mais pra ganhar muito menos e ainda assim achar ótimo só por não ter fechado as portas de vez.

Hoje no Brasil somos 52 milhões de brasileiros empreendedores – ou seja, donos dos próprios negócios.
Destes, 9,031 milhões são MEI – Microempreendedores Individuais, e esta fatia da economia é responsável por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Já pensou na responsabilidade?

Para se manter relevante no seu setor de atuação, o empreendedor brasileiro teve que lidar com a Covid-19 TAMBÉM, mas não só. Impostos altíssimos, especialmente os trabalhistas, e pouco acesso à crédito foram alguns dos outros complicadores de uma situação já sofrível no dia a dia. Mas dizem que aquilo que não nos mata nos fortalece, certo?

Para driblar as dificuldades, a criatividade entrou em ação.
É sempre assim. Isso é que é inovar: resolver problemas antigos de formas diferentes.
Dessa criatividade nasceram outros modelos de negócio derivados de estruturas que já funcionavam bem – ou quase; novos produtos e serviços adaptados ao momento de pandemia, empresas que rapidamente se remodelaram para atender seus clientes online no que antes era uma operação 100% presencial. Haja inteligência emocional e sanidade mental!

Além de quem já estava nesse balaio, vieram aqueles que perderam seus empregos CLT, uma vez que a crise atingiu em cheio empresas dos mais variados setores.
E aí as mulheres deram um banho de profissionalismo e força.

Aos números: somos 9,3 milhões de mulheres empreendedoras. Destas, 45% são chefes de família – ou seja, além de mandar em todo mundo, elas também bancam a casa.
Do total de empreendedoras, 53% são mães.

Temos 16% a mais de estudo do que os homens, mas ainda assim ganhamos 22% a menos já que a sociedade ainda é machista. 100% delas é incrível (ok, esse dado é meu, mas conta sim).;-)

Sem entrar profundamente na discussão necessária de gênero nas empresas, vale dizer que no mercado tradicional (CLT) apenas 8,6% das mulheres ocupam cargos de liderança. Esse número precisa crescer já, uma vez que somos infinitamente melhores nas soft skills tão necessárias para o desenvolvimento do capital humano nas empresas: imaginação, criatividade e inovação.

As companhias lideradas por mulheres faturam de 5% a 20% a mais do que as lideradas por homens.

A crise gera oportunidades

Muitas iniciativas bacanas nasceram ou se fortaleceram na pandemia, e mesmo que elas não estejam acessíveis para você neste momento, você pode começar a pensar diferente para poder fazer parte num futuro próximo.

Ou, quem sabe, criar algo similar na sua comunidade e começar a mudar a realidade de onde você vive e das pessoas com quem você convive. O nome disso é papel social, e um caminho curto e delicioso pra garantir seu pedacinho no Céu.

Veja lá:

1. “Gig Economy” – trabalhos pautados em contratos de curtíssima duração, mas que podem impactar a curto prazo famílias de baixa renda. Na hora de contratar serviços e consumir produtos, escolha de quem está perto de você.

2. Fomento ao “Black Money” – economia gerada por e para consumidores negros. Há uma infinidade de produtos e serviços pensados para eles, e além de ser maravilhoso, isso fortalece a comunidade e os laços culturais entre as pessoas.

3. Microcrédito – O Sebrae oferece linhas para pequenos empreendedores e mais uma infinidade de programas, cursos e iniciativas de apoio ao pequeno empreendedor. Cadastre-se já!!O Sebrae tem ainda parcerias com gigantes como Magazine Luiza e Facebook para capacitar e aumentar as vendas dos mais diversos produtos e serviços. É para todo mundo, está no site, e se tem uma coisa que funciona é o Sebrae.

4. Novos tempos, novos produtos – quanta gente você conhece que começou a costurar máscaras, e cresceu para outros itens

5. Economia colaborativa – troca de produtos e serviços, compartilhamento de espaços de trabalho e moradia, incentivo à economia local e ao fazer manual.

Revendo processos

Eu acredito que a gente sempre pode melhorar, em tudo na vida. Então por que seria diferente no trabalho? Alguns processos para você rever sempre em casa e no trabalho, especialmente se você ainda tiver suas finanças pessoais e profissionais interligadas:

  • Mantenha os custos sempre baixos
  • Não pegue empréstimos no banco, a não ser que esta sejasua última alternativa – última mesmo
  • Busque parcerias que tenham competências e conhecimentos complementares aos seus
  • Se o seu produto tem margens baixas de lucro, mantenha seus clientes por perto, desenvolvendo um relacionamento transparente, próximo e genuíno
  • Atenda bem quem paga suas contas e mantém seu negócio funcionando, o CLIENTE. Ninguém gosta de ser mal tratado, por que o seu cliente gostaria? Mais do que isso, por que ele gastaria o dinheiro dele num lugar que não atende bem?
  • Esteja aberto a mudanças. Não tem nada de errado em rever a rota e ajustar produtos e serviços. O erro é permanecer no erro.
  • Estude sempre, esteja totalmente familiarizado com tecnologia, faça parte do tempo em que você vive. Se você nasceu num tempo analógico nada impede que você aprenda as dores e as delícias do mundo digital.Separei alguns dados para inspirar você e sua equipe a continuarem na luta. Aliás, esta é uma das definições de empreendedorismo no francês antigo: comprar uma briga.Que sua briga seja próspera!!!
    Beijo, Fe

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